Descrição
No dia 15 de fevereiro de 1975 o estudante Carlos Alberto Dayrell sobe na árvore tipuana em frente a Faculdade de Direito da UFRGS para evitar o seu corte com serra elétrica. Esta árvore se localiza na calçada da Avenida João Pessoa. Carlos relata que era aluno na UFRGS e estava a caminho da faculdade de Engenharia para fazer sua matrícula, quando se deparou com várias tipuanas de grande porte derrubadas. Tratava-se de uma execução da Prefeitura, que previa o corte das árvores pela Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV) para favorecer a passagem de carros na construção do Viaduto Leopoldina. Membro de um organismo não governamental pró-ecologia, Carlos, chocado com a cena, subiu em uma das tipuanas para impedir o seu corte.
Os trabalhadores da prefeitura pararam suas máquinas, e a polícia foi chamada. As negociações para a descida atraíram uma multidão. Logo, emissoras de televisão e rádio transmitiam o evento. Mais dois jovens também subiram na árvore, Teresa Jardim e Marcos Saraçol. Os ambientalistas José Lutzenberger e Augusto Carneiro da AGAPAN, também vieram apoiar o manifesto. Nas negociações, ficara decidido que Carlos iria conversar com o prefeito para suspender o corte das árvores que restavam. Enquanto dois jovens permaneciam na árvore, Carlos e o representante do movimento ambientalista foram recebidos pelo chefe de Obras da Prefeitura. Com a concordância administrativa da suspensão dos cortes, retornaram ao local para encaminhar a descida dos dois jovens que lá permaneciam. Mas, na descida, a polícia usou de violência e lançou bombas de gás para reprimir a manifestação. Os jovens foram presos e encaminhados ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), órgãos de controle do regime militar e depois libertados pela intervenção de advogados do movimento ambientalista. A árvore não foi cortada e permanece até hoje.